(matéria publicada na edição 120 do Jornal Folha de Macau - Julho/2014)
Começa o jogo eleitoral. Quem colherá os votos de Macau?
Copa do Mundo acabando foi
dada a largada para mais uma campanha eleitoral no Brasil. Desta vez além do
presidente da República serão escolhidos novos senadores, deputados federais,
governadores e deputados estaduais. Na região Salineira e Vale do Açu o clima
ainda está ameno, mas as lideranças políticas já estão montando alianças e
compondo suas equipes para entrar em campo na busca de votos. Nesta primeira
fase, o povo nem é ouvido e fica do lado de fora das negociações.
Em Macau já se sabe que líderes
e partidos estão muito longe do sonho popular em torno de uma união que poderia
resgatar uma vaga na Assembleia Legislativa. Depois de Floriano Bezerra,
cassado pela ditadura militar, o último macauense eleito deputado estadual foi
o médico Hermano Paiva, em 1982, pelo PMDB. Desde então, as divergências
provincianas impedem uma conjunção de forças em torno de um conterrâneo com
condições de conquistar um mandato, que certamente deixaria Macau e municípios
vizinhos mais influentes no cenário estadual.
O prefeito Kerginaldo Pinto
(PMDB) já teve a oportunidade de mostrar o time pelo qual vai suar a camisa a
fim de garantir expressiva votação. Antes da copa, na inauguração do PSF da
Cohab, um palanque verde-esperança foi armado para os discursos preliminares do
candidato a governador Henrique Eduardo Alves e da ex-governadora Wilma de
Faria, candidata ao Senado. Na festa, o prefeito de Macau também apresentou
Rafael Mota como seu candidato a deputado federal e Ezequiel Ferreira para
deputado estadual.
Ao que parece o grupo
liderado por Kerginaldo Pinto estará unido em torno de Henrique Alves para o
governo, mas vai caminhar dividido nas proporcionais. Flávio Veras, por
exemplo, avisa que vai pedir votos para reeleger o atual presidente da Assembleia
Legislativa Ricardo Mota, dizem que esse foi o compromisso assumido em troca do
controle do PROS. Os vereadores Oscar Paulino e Emanoel Galdino já fecharam
acordo com Álvaro Dias para deputado estadual. Pelo jeito, cada vereador e lideranças
comunitárias ficarão livres para oferecer apoio de acordo com as próprias
conveniências.
Enquanto
isso na OPOSIÇÃO...
Também não há sinais de
unidade na seara oposicionista e quem apostava que o Doutor Eduardo Lemos (PSB)
havia pendurado as chuteiras estava redondamente enganado. Ainda que
informalmente, ele foi o primeiro a botar a bola em campo reunindo amigos e
correligionários para comunicar que vai apoiar Wilma de Faria (PSB) em sua luta
por uma vaga no Senado. Mas adiantou que desta vez por hipótese alguma subirá
no palanque do PMDB em Macau e que vai apoiar Robinson Faria (PSD) para
governador, seguindo o voto do ex-prefeito Afonso Lemos e do primo jornalista
Túlio Lemos que, por sua vez, defende Fátima Bezerra para o Senado. Eduardo
pedirá votos para Márcia Maia.
O ex-prefeito José Antonio
Menezes (DEM) anda muito calado, evitando conversas partidárias. Mas numa
cidade que respira política como Macau onde ele ainda exerce influente
liderança, não há como ficar por fora de um processo eleitoral. Amigos próximos
dizem que dificilmente Zé Antonio seguirá a orientação do seu partido para
apoiar Henrique Alves. Para quem não lembra, num passado bem recente o filho de
Aluízio Alves tomou o PMDB do médico e o entregou de bandeja a Flávio Veras sem
lhe dar nenhuma explicação. Odete Lopes, que ocupa importante função no governo
da Rosa, até agora só anunciou que vai apoiar o deputado estadual José Adécio.
Depois que perdeu o PROS, o
advogado Einstein Barbosa ainda não anunciou sua nova escolha partidária. Uma
certeza existe: o vice-prefeito de Macau não estará no mesmo palanque do
prefeito Kerginaldo Pinto. O empresário Daniel Dantas, que dá claros sinais de
que sairá candidato em 2016, anuncia apoio apenas ao deputado estadual Kelps
Lima (Solidariedade). Enquanto isso o Partido dos Trabalhadores faz silêncio e
não revela que estratégia vai usar para engrossar o caldo da reeleição da
Presidenta Dilma Roussef e ajudar a conquistar uma cadeira no Senado para a
aguerrida deputada Fátima Bezerra.
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