"À noite saiu tomando uns tragos pelas bodegas das Quatro Bôcas. As mulheres circulavam livremente, quase tôdas de flôr no cabelo, os lábios pintados em excesso, a maioria de peitos grandes, olhar debochado, soltando palavrões". Fagundes de Menezes, extraído do livro Macauísmos de Benito Barros.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Colhendo HISTÓRIAS
Passo alguns dias na Ilha. Aguardem outras histórias. Agradeço a todos que me enviam mensagens de incentivo.
Macau é assim... Essa porção de terra recôndita sempre em um roçar lúbrico com a brisa salgada. Esse lugar com sua geografia singular talvez seja o que explique a atração fatal que sinto por ela. Esse isolamento natural sempre me fascinou. Saudades das leituras solitárias de fim de tarde na antiga ponte de madeira da ilha de Santana, nos bancos da solitária praça Monsenhor Honório. Saudades da minha interlocutora-mor que dividia comigo os segredos inconfessáveis da adolescência,sempre com seu olhar cúmplice a fitar-me do altar-mor da matriz, a Virgem da Conceição. Saudades da catequese de Dona Rosarinho nas tardes de sábado... Mas,quis o destino que há 17 anos eu deixasse a ilha. Quis também o destino que as perdas familiares fizessem com que os poucos parentes que lá residiam também a deixassem. Mas é impossível esquecer Macau. Uma das emoções mais fortes que senti foi chegar a essa cidade e perceber que meu antigo lar já não mais existia, que não havia mais parentes meus ali. Confesso que chorei. Ainda estou a me acostumar com a ideia. Entendo perfeitamente o sentimento revelado pelo meu saudoso professor Benito quando entrevistado por Marize Castro, ao afirmar que não conseguia afastar-se muito tempo de Macau devido à tristeza que invadia a sua alma. Penso que há algo de inexplicável na combinação daquela brisa, daquele cheiro, daquele mar... Só que já sentiu pode sentir, mas não explicar o que significam. Entendo os seus sentimentos por Macau, Regina.
Quando Ailton Dantas de Lima chegou em Macau com seus familiares foram morar na rua D. Pedro II. Seu pai, seu Manoel, veio trabalhar na padaria de seu Moreira e depois abriria sua própria padaria na rua Cap. José da Penha. Seus irmãos, José Dantas de Lima, Manoel e Edmilsom eram os mais velhos. tinham uma irmã que não lembro o nome. Francisco Neto
4 comentários:
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DÉRCIO CABRAL
Macau é assim... Essa porção de terra recôndita sempre em um roçar lúbrico com a brisa salgada. Esse lugar com sua geografia singular talvez seja o que explique a atração fatal que sinto por ela. Esse isolamento natural sempre me fascinou. Saudades das leituras solitárias de fim de tarde na antiga ponte de madeira da ilha de Santana, nos bancos da solitária praça Monsenhor Honório. Saudades da minha interlocutora-mor que dividia comigo os segredos inconfessáveis da adolescência,sempre com seu olhar cúmplice a fitar-me do altar-mor da matriz, a Virgem da Conceição. Saudades da catequese de Dona Rosarinho nas tardes de sábado... Mas,quis o destino que há 17 anos eu deixasse a ilha. Quis também o destino que as perdas familiares fizessem com que os poucos parentes que lá residiam também a deixassem. Mas é impossível esquecer Macau. Uma das emoções mais fortes que senti foi chegar a essa cidade e perceber que meu antigo lar já não mais existia, que não havia mais parentes meus ali. Confesso que chorei. Ainda estou a me acostumar com a ideia. Entendo perfeitamente o sentimento revelado pelo meu saudoso professor Benito quando entrevistado por Marize Castro, ao afirmar que não conseguia afastar-se muito tempo de Macau devido à tristeza que invadia a sua alma. Penso que há algo de inexplicável na combinação daquela brisa, daquele cheiro, daquele mar... Só que já sentiu pode sentir, mas não explicar o que significam. Entendo os seus sentimentos por Macau, Regina.
Ailton Dantas de Lima - Natal-RN
Que saudade da minha ilha, a milhares de milhas daqui.
Quando Ailton Dantas de Lima chegou em Macau com seus familiares foram morar na rua D. Pedro II. Seu pai, seu Manoel, veio trabalhar na padaria de seu Moreira e depois abriria sua própria padaria na rua Cap. José da Penha. Seus irmãos, José Dantas de Lima, Manoel e Edmilsom eram os mais velhos. tinham uma irmã que não lembro o nome.
Francisco Neto
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