anos 30 era apenas o Largo da Conceição com as suas primeiras árvores
Ao longo dos anos a nossa tão amada e decantada Praça da Conceição já passou por várias transformações. Quem mora longe e retorna se espanta com as mudanças. Alguns acham que está melhor, outros sentem saudade dos banquinhos em granito do tempo de Seu Albino, dos canteiros de Zé Heliodoro, e há também quem anuncie que outras reformas virão. No livro ‘Um Rio Grande e Macau’, o escritor Getúlio Moura revelou:
“A inauguração da praça da Conceição aconteceu no dia 7 de setembro de 1950. Reformas foram realizadas ao longo das décadas, como a troca do piso e iluminação, até 1992, quando foi totalmente demolida para reconstrução sob um novo desenho (...). Ainda foram derrubadas as árvores plantadas no tempo em que Monsenhor Honório celebrava as missas de datas importantes naquele largo, inclusive um belo exemplar de flamboyant, ao lado da antiga estação rodoviária e eliminação das ruas dos lados leste e oeste da praça. No centro está a “Coluna Centenária” (inaugurada em 1922) que, por muito tempo, serviu de ponto de reuniões informais, comentários e fofocas da cidade. No lado norte da praça está o Café da Djane, ponto de encontro de diversos intelectuais, boêmios e políticos ...”
(getúlio moura)
a mesma praça, os mesmos bancos, as mesmas flores, os mesmos jardins...
a mesma praça, os mesmos bancos, as mesmas flores, os mesmos jardins...
... nada é igual...
A Praça da Conceição, podemos dizer, ainda é o coração da cidade onde se encontram novas e antigas gerações. O som dos potentes ‘paredões’ foi progressivamente substituindo as valsinhas, dobrados e boleros de um tempo antigo tocados pela ‘furiosa’ nas vespertinas retretas dominicais.
maestro castro, saudosa memória
E não há como prender o tempo. Devemos deixar então que o futuro chegue e se instale com as suas reformas e novidades. Nada a fazer além de recordar e singelamente pedir para que os novos projetos, as novas campanhas, abriguem a tal modernidade preservando o que certamente há de melhor em Macau, as boas amizades, a NATUREZA.
primeira festa do reecontro, 2007
 |
| nos bons tempos do ginásio do padre |
 |
| a cigarra do sal precisa de sombra para cantar |
 | |||||||||
| à sombra dessa acácia, todos os pecados são revelados |
 |
| tudo acontecendo sob o olhar da marquesa da praça |
9 comentários:
Da pra sentir o que você escreve transbordando de seu coração, a paixão, a saudade, este caldeirão todo fervendo no que alguns chamam de alma...Me emociona sempre...
Cara Regina,
Senti uma tristeza, imensa, quando em visita a Macau vi o “novo desgni” da Praça da Conceição. Fiquei atordoada, senti um nó na garganta... uma vontade de chorar... Sem querer ser conservadora, mas a história de um lugar deve ser preservada, pois o hoje é construído do ontem (das experiências vividas) e de o amanhã (desejamos e sonhos). A vida presente é construída do passado e do futuro. É lamentável a forma com que o “poder público” trata as coisas públicas, preservar a história do lugar é da responsabilidade do poder público. Em nome da modernidade, do novo, do progresso se destrói coisas belas. No meu romantismo, acalento a esperança de que em um futuro breve, o poder público de Macau devolva a praça à Praça da Conceição.
Um abraço,
Ceiça
Como era charmosa antigamente, com os acessos laterais para veículos. Lembro que o gostoso era aprender a dirigir e se "amostrar" desfilando por lá. Infelizmente como eu não sabia, ficava na garapa dos motoristas de plantão. Muito bom
Regina, minha amiga,que agradavel surpresa!Fiquei muito feliz quando li em Tião Maia a recomendação do seu blog.Com certeza a sua inteligência, sensibilidade e principalmente seu amor a macau, irá trazer luz e uma visão em verso e prosa da cidade em que nascemos. beijão .Celeste Menezes.
DANIEL: mentiria se falasse que meu ego não liga para o que você diz. ele gosta muuuuuuito. mas, é no meu coração que você conquistou um abrigo. amo você. escreva prá mim e juro que publico!
CEIÇA: Sinto-me honrada com sua presença no blog. Vou já transformar em post o seu comentário. Escreva mais. Vamos usar e abusar deste espaço para gritar nosso amor por Macau. É o que nos resta... abraço em todos.
NÉLIO: Olha, só! Feliz demais com a visita do caçulinha de Dona Mariquinha. Nelhinho mande fotos antigas, conte as estórias de Peça. Vi aquela que você publicou no facebook (a compra da moto) e ele confirmou tudo lá em Macau. Dei boas gargalhadas...
CELESTE: Para você eu só posso é cantar: "Poode vir de mala e cuia, amor! Que eu não vou tá nem aí...". Honradíssima com sua visita, amiga querida. Aproveito para lhe dizer o quanto lhe admiro. Você é uma daquelas filhas que qualquer cidade do mundo se orgulharia de ter. Gente boa demais! Ginecologista respeitada muito além de João Grelô. Sofro quando alguém, por razões eleitoreiras, lhe ofende injustamente. Penso que certamente não lhe conhecem de perto. A cidade às vezes é injusta com alguns dos seus filhos mais honrados. Por isso que não me interessa mais a vida partidária. Arremato dizendo que se entreguei com toda confiança aos seus cuidados o meu útero, se dependesse de mim, como diria Gilzinha, Celeste Celestial lhe entregaria sem medo algum as chaves da minha ilha. Beijo no coração.
Postar um comentário